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Notícias / Mundo

Espanha: Primeiro-ministro anula prêmio nacional de touradas, tradição no país

O sinal de mudança cultural no país foi recebido com irritação por apoiadores do espetáculo, mas foi celebrado por grupos de direitos dos animais

Imagem ilustrativa de tourada - Foto de Sternschnuppenreiter, via Pixabay
Imagem ilustrativa de tourada - Foto de Sternschnuppenreiter, via Pixabay

Nesta sexta-feira, 3, as autoridades espanholas comunicaram que irão abolir o prêmio nacional entregue ao ganhador da tradicional tourada. A medida, que desagradou os apoiadores do controverso espetáculo, foi bem-recebida por grupos que lutam pelos direitos dos animais. 

Conforme repercutido pelo jornal Folha de S. Paulo, o prêmio de 30 mil euros (R$ 163 mil) foi entregue aos vencedores pela primeira vez em 2013.

Em uma entrevista à La Sexta, uma rede de televisão local, o ministro da Cultura Ernest Urtasun explicou que uma “maioria crescente” dos espanhóis se mostrou preocupada com o bem-estar dos animais, logo, eles não acharam “apropriado manter um prêmio que recompensa uma forma de abuso animal”.

Ele também ressaltou que acredita que a população não tem noção de que “formas de tortura animal” são “recompensadas com medalhas que vêm com prêmios em dinheiro usando recursos públicos”.

Até hoje, a tourada cativa fãs fervorosos em certos círculos na Espanha, elevando os toureiros mais famosos a posição de celebridades. Contudo, o atrativo pela prática tem diminuído, como aponta um crescente desinteresse em todo o país, especialmente entre os jovens.

Durante a temporada de 2021 e 2022, por exemplo, apenas 1,9% da população espanhola assistiu a uma tourada, segundo dados reunidos pelo Ministério da Cultura. 

Reações

Após o ocorrido, o Partido Popular (PP), principal partido de oposição conservadora, prometeu reintegrar o prêmio caso retorne ao poder. Boja Semper, porta-voz do PP, afirmou que a tourada reflete as tradições e cultura espanholas, e acusou o governo socialista do primeiro-ministro Pedro Sánchez de estar “obcecado em cutucar o olho daqueles que não pensam” como ele.

Já o partido que luta pelos direitos dos animais, o PACMA, pediu pela “abolição total” de todo o apoio público à tourada, que não tem justificativa “sob nenhuma circunstância”. O grupo Animanaturalis também comemorou a notícia: “Esta medida marca um marco na luta contra a tourada, uma prática controversa que gerou debate há anos”.